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domingo, 3 de junho de 2012

Pequenina

Parece tão longe aquele primeiro dia de escola
Tal e qual um passarinho a querer sair do ninho, mas com medo de voar.
Tão longe esse dia, que mal me lembro.
Tão pequenina era.
Mas no meio do medo as brincadeiras surgiram
Os amigos apareceram dando a sua mão
O professor sorriu para mim
E eu tão pequenina
Fui perdendo o meu medo
Outros amigos vieram
Outros professores
Mas eu continuei pequenina
Enquanto crescia.
Tantos risos, tantas lágrimas
Tanta amizade, tanto calor
Tantos dias cheios de cor e brilho
E a minha força obrigava-me a andar em
frente e parecia tão grande
Mas era tão pequenina.
Tanto dia nebuloso, cheios de nuvens escuras
e feias onde a vontade de fugir era muita e
 me fazia sentir minúscula.
Mas Eu era tão Grande.
Lutei, cai, levantei.
Ganhei Amigos. Perdi amigos
Mas continuei a caminhar na minha estrada
Cheguei agora ao fim da minha etapa
E tenho que escolher nesta encruzilhada o meu outro caminho
Mas sou tão pequenina.
Continuo pequenina, mas com uma força com uma garra
Que sendo sempre pequenina
Consigo voar, voar
Sem destino e ser invencível no resto do meu caminho.

Portalegre, 9 de Junho de 2012
(Para ti minha filha emprestada Lili)

domingo, 6 de maio de 2012

Feliz Dia da Mãe

Para Ti Mãe
Hoje sou Mãe...
Assim sei
Qual a tua Dor, qual a tua felicidade.
Conheço os teus pensamentos, sentimentos, a tua luta.
Hoje sou Mãe...
Assim sei
Porque tu Mãe,
És como és
Meiga, compreensiva, preocupada!
Porque te zangas,
porque castigas...
Hoje sou Mãe...
Assim sei
Agradeço e Te digo Obrigado
Por seres o meu pilar,
Por seres a âncora que não me deixa afundar.
Por me receberes sempre,
Qual porto de abrigo no mar,
Quando navego sem rumo entre as tormentas.
Hoje sou Mãe
Assim sei
E te digo Obrigado
Por estares sempre aí.
Por seres Minha Mãe
Por seres Avó
Por seres Mulher!
Hoje sou Mãe
Assim já sei
Dar valor à única pessoa que optou por não ir embora!
Contigo aprendi
Que apesar de a vida nos trazer dissabores, nos tirar a alegria,
De haver dias nebulosos, sem esperança
Nós, Mãe
Temos uma força incalculável
Que não sei de onde vem
Mas nos faz caminhar, lutar e vencer
Hoje sou Mãe...
Agradeço e digo-te
Obrigado,
Minha Mãe!!!

terça-feira, 13 de março de 2012

A PRIMAVERA NO ALENTEJO

Água, caminhos, pomares, tanques, veredas, árvores, ribeiros, azinhagas.
Aqui uma casa caiada de branco, com uma barra amarela.
Um poial com craveiros, cheios de flores à janela
Que perfumam toda a rua e atrai o pardal que canta no beiral.
Uma casa acolá.
O lume crepita na lareira, já acesa desde manhã.
A água na caldeira a aquecer para o café
A sopa na panela a ferver, já exala um aroma…
A água fresca no cântaro acabada de encher, na bica do tanque.
Na bica do tanque a água jorra com uma força bruta,
Ela vem correndo pelas entranhas da terra, com tanta força desde a nascente
Que parece levar tudo na sua frente.
A água jorra da bica para o tanque grande
Onde as mulheres lavam a roupa.
Cheira a sabão, a roupa branca na relva a corar brilha ao sol.
As crianças correm, riem, felizes pela liberdade que têm
O cheiro a fruta já desperta a fome
Azinheiras, oliveiras, vinhas, laranjeiras, macieiras.
Como é bom acordar no campo em dia de primavera,
Abrir a janela de par em par
E sentir o cheiro
logo de manhãzinha que embriaga de tal maneira
que sinto a imensidão, a vastidão do Alentejo
Onde não se vê o fim nem o começo.
Em cima daquela pedra, tento ver o fim do horizonte,
ver onde acaba o meu Alentejo
Mas só consigo ver a primavera a despontar
Nas árvores, no verde, na água, no ar, nas flores dos craveiros, nos malmequeres do campo,
no chilrear dos pássaros, nos cheiros que se entranham em mim…
Respiro fundo como se quisesse guardá-los todos dentro de mim,
E deitada nessa pedra com o sol a bater na minha face, fecho os olhos
E sinto que sou tão pequenina, tão pequenina
Neste Alentejo onde não se vê fim nem começo.

Portalegre, 8 de Março de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

O tempo passa

Hoje recordo
Tempos passados.

As lágrimas brilham
Em meus olhos
Com as saudades
Que os meus sonhos
Fizeram recordar.

De tempos passados
Numa infância
Longínqua.
Meu peito apertado
Diz que não volta
O passado.

Onde está a menina
Que ria?
A menina que amava?
Sem olhar desconfiado.

Onde está a adolescente
Que amava com toda
A loucura o 1º amor?
A adolescente que se
Entregava sem se interrogar?

A jovem mãe que olha
A sua menina de olhos
Castanhos pela 1ª vez depois
De tanta hora de dor.

Que Alegria!
Que Felicidade!

Mas tudo passa no tempo
E hoje
Só a angústia no meu
Peito permanece.

Depois de uma noite
Cheia de sonhos felizes
De tempos passados
Que hoje só recordo.

(Portalegre, 18 de Julho de 2006)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Amiga

Cores, alegria
Vida, coragem
Sabedoria
Tudo é importante

Longe, perto
Dia a dia
Ano a ano

Minha amiga és tu
Que me ouves
Que sentes o que digo
Choras e ris comigo
Me dizes as verdades
Porque a ti tudo é permitido

Porque tu me conheces
Como a palma da tua mão
Porque Amiga,
 és a irmã que eu escolhi
Para estar no meu coração.

Para partilhar o gelado
No meio do jardim no verão
As pipocas no cinema
As longas horas ao telefone
Numa noite de inverno

Amiga tu és cor
Alegria, sabedoria, vida
Coragem, luz, felicidade, tristeza
Choro, Alentejo, solidão, paz, imensidão
Seara, neve, vento, chuva.

Porque sem ti Amiga
Não existiríamos
Nem tu nem Eu.

(Para a Graça)
Portalegre, 11 de Fevereiro de 2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A Minha Cidade

Caminho pelas ruas
Olhando nos olhos
Dos outros e tentando
Ver neles a minha angústia

Caminho pelas ruas
Da cidade deserta
E veja as lágrimas das pedras da calçada
Chorando pelos filhos
Que partiram e não voltam

Sinto a velhice a chegar
Em mim e na cidade
Vejo as rugas nos meus olhos
Vejo as rugas nas ruas da cidade

Caminho pelas ruas
Da minha cidade
E vejo a alegria que já foram
As festas na encosta da serra
Com a Sra. da Penha a acenar,
Os aventais a aclamar ao vento.
Com alegria que se espalha pela Quinta da Saúde

Caminho pelas ruas da cidade
Da minha cidade
E sinto que pertenço, embora envelhecendo
A esta cidade, a estas ruas desertas

20/01/2012

As Minhas Amigas

Uma é Ana como a Santa
Outra Margarida como a flor
Duas inocentes crianças
Que me fazem companhia na sua hora de almoço

Conhecem o estado de graça da minha alma
bastando olhar nos meus olhos.
Fazem-me sorrir se estou triste
Ficam solidárias quando tenho dores

Alegres, com as minhas alegrias
Tristes, com as minhas tristezas
Com um simples rebuçado
elas adoçam a minha boca.

São duas moiçolas
de olhos lindos e puros
como a água que jorra na nascente
e corre viva no rio

Brilham como o sol,
Sonhando com o amanhã.
Refilando com o presente.
Mas são sempre um doce

Com a sua meiguice me conquistaram
E destas horas um dia vou ter saudade
Mas delas vou sempre lembrar
Ao saborear um simples rebuçado.

(20/01/2012, para vocês minhas Amigas, M.V. e A.R)

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

AMOR

Amo porque amo
Amo porque és tu
Sorriso, Alegria, Teimosia

Amo porque amo
Amo porque és tu
Grande, Desajeitado, Profundo

Amo porque amo
Amo porque és tu
A lua, o sol
A alegria, a tristeza

Amo porque amo
Amo porque és tu
Doce, Azedo, Amargo, Meigo

Amo porque amo
Amo porque és tu
Mãos vastas, meigas, Sedosas, leves, carinhosas

Amo porque amo
Amo porque és tu
Que me fizeste acreditar
No amor eterno

Portalegre, 17 de Janeiro de 2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

Estou no meio de tudo
Estou no meio de nada
Sinto-me vazia
Sinto-me impura
O que fiz? O que disse?
Uma pedra de gelo o meu coração
Quando afastou com ódio
As tuas mãos
Palavras sujas,
Palavras impróprias,
Frias, condenatórias
Saíram de entre os meus lábios
A voz que dizia isso
Serei eu?
Será só uma voz?
Tanta vez acusou,
Tanta vez difamou,
Tanta vez gritou:
“No lugar do coração tens um bloco de gelo”
E Agora?
E Agora? Onde está o bloco de gelo?
No meu coração!!!

Saem palavras
Saem gemidos
Murmúrios
Mas de tudo o que a voz diz de dentro do coração é só:
“Abraça-me, ama-me e serei tua!!”

Portalegre, 24 de Março de 2009
Palavras surdas
Palavras cínicas
Olhos que fogem
Dos teus olhos
Que imploram um pouco de Amor
Olhos que lançam ódio
Olhos azuis gélidos
Frios como a neve
Que cai em Dezembro,
Olhos impiedosos
Olhos cruéis
Palavras duras
“Odeio, Odeio”
“Fugir, Fugir”
O que se passa?
Mimada, Criança, Egoísta
Cruel como só as crianças sabem ser
Não cresci
Não amadureci
Mas ao mesmo tempo
Só quero controlar
Gritar e Mandar
Em tudo e todos

Portalegre, 24 de Março de 2009
Uma luz branca
Uma luz brilhante
Que rodopia à minha volta
Sinto o seu calor
E tanto rodopia que me envolve
E eu descanso,
Sossego e fico em paz.
Vejo aquela paisagem verde.
Malmequeres.
Primavera.
Um Prado
Umas rochas,
O sol brilha.
Olho para o céu, fecho os olhos e deixo o sol
Aquecer a minha face
Rodopio, salto
Deito-me na relva
Sinto paz
Vejo o arco-íris
Subo e vejo-TE
Essa luz que me dá segurança
Vejo a Fonte
E vejo-TE lá sentado à minha espera.
Há muito que não vinha
O que queres de mim?
Levantas-te e caminhas
Sigo-TE
E sempre que paro
Tu paras e Olhas para mim.
“O que Queres de Mim?”
Continuas o teu caminho
Fico por aqui
Desço de repente
Caio na cama dura
Na realidade cruel
Da minha vida
E Não Te Sigo

Portalegre, 24 de Março de 2009

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Isabel

Reguila e Faladora
Mimosa e Meiga
Egoísta e Compreensiva
Refilas com tudo
o que não queres
ou não entendes
Mas ao mesmo tempo
acalmas e compreendes.
Amuas e gritas
fazes birras
que me tiram do serio
Isabel
Nome de Rainha
Nome de Santa
tens de olhar e ver
as pessoas ao teu redor
E que te AMAM

Ser Mãe

Dói,
Dói no Peito,
Dói no Coração
Quando tu Minha Filha
Estás Feliz,
Quando tu Minha Filha
Sorris.

Ser Mãe
É sofrimento.

Quando tu Milha Filha
Choras por Amor,
Choras porque te dói o coração
De Saudade do Pai que
Foi Embora.
Pudera eu tirar essa dor,
Pudera eu só te dar Alegria,
Pudera eu só te fazer
Ver o Sol todos os dias.

Pudera eu…
E aí já não me vai doer o
Coração.

Ser Mãe
É sofrer
Em silêncio,
Chorar por dentro
Quando tu ris
Quando tu choras

Ser Mãe
É olhar para ti
Minha Filha
E sentir um imenso
Orgulho de seres Quem És
E dizer:
“Obrigado, por me teres
Escolhido para ser tua Mãe”

Portalegre 31 de Janeiro de 2009
Para a Beatriz e para a Isabel

Natal

Mesa posta. Azevias e filhoses no melhor prato. Uma chávena de cacau. Um cálice de vinho do Porto. Lá fora está frio.
"O frio do Menino Jesus" diz a minha avó. As brasas na braseira não se apagam. O Pai Natal precisa aquecer-se.
"Não queremos dormir" reclamamos, eu e a minha irmã.
Mas está na hora de ir para a cama, senão o Pai Natal não entra pela nossa chaminé.
Lá subimos as escadas barafustando, perguntando e tornando a perguntar: "Mas tens a certeza que ele vem? Ele cabe na nossa chaminé? Será que deixámos pouca comida?" O meu pai cansado, depois de um dia cheio de trabalho (o comércio vende mais na véspera de natal), responde: "Durmam. O Pai Natal não se esquece de vocês."
E se ele se esquece?
Se ele não se lembra de nós? As únicas raparigas da rua? E se as filhoses e azevias da vizinha Helena são melhores que as nossas e ele lá ficar?
Custa tanto ir para cama.
Perna no pijama. Manga, ombros, cabeça. Pijama vestido. Custou tanto. Parecia algo impossível de fazer nessa noite.
Abre cama. Deita. Abre-se a boca com um bocejo. O joão pestana está mesmo à espreita. Mas faço mais força para que olhos continuem abertos.
Eu quero ouvir o Pai Natal chegar. A parede da chaminé é a parede onde está a cama da minha mãe.
Cama, cama.
Beijinho de boa noite, aconchego da mãe, com um sorriso nos lábios. Caio no colchão de palha e ainda resmungo, "o Pai Natal não terá fome? devias ter deixado bacalhau".
"Dorme minha filha". E os olhos como se tivessem um iman fecham-se para o mundo dos sonhos. Não sei se sonhei. Mas parece que mesmo agora me deitei e já sinto a minha mãe a levantar-se. "Mana, mana, vamos já é dia". Escadas a baixo a correr. O que eu quero saber é se falta alguma coisa. E passo pela árvore de natal e nem vejo se tem presentes. Só quero ver se falta algo na mesa da cozinha. E falta. Em cima da mesa há migalhas das azevias e das filhoses. A chávena está suja do cacau. E até o cálice tem vestigios de vinho do Porto. Nada mais interessa. O Pai Natal esteve ali.
Os olhos do meu Pai cúmplices com a minha mãe sorriem com a nossa alegria.
Debaixo da pequena árvore de natal, o jogo da Branca de Neve para mim e o carro da polícia tão desejado pela minha Mana (não havia o Sinka). Mas o mais importante daquele dia, o que me enche de orgulho, as filhozes e as azevias da minha mãe são as melhores, o Pai Natal comeu tudo.
(Dezembro/2011)

Meu Alentejo ao inicio da noite

18.27h - 19 de Janeiro de 2012

Deixei de ver a lua grande como uma bola de futebol, pálida a oeste por volta das 7.45h. É noite escura e fria agora. São 18.22h venho na volta e torno-te a ver à minha frente a este. Está a nascer. Grande e novamente pálida.
O meu Alentejo está agora habitado. Há luzes nas casas, calor humano nas ruas. Homens às portas das tascas aquecem-se nesta noite fria, antes de voltarem para as suas mulheres, para os seus filhos, para os seus lares. Pelas janelas vê-se as mulheres na cozinha tratando da janta. O reunir da família. E a minha? Só eu e a Isabel. E tu lá em cima, lua alentejana, que tudo vês, acompanhas-me no meu caminho. Dizes-me onde está a minha terra.
O meu Alentejo à  noite é mais bonito do que durante o dia.
Veêm-se as sombras das azinheiras. Aqui e ali uma luz de um monte. Sente-se vida.
Sinto que não estou sozinha. A lua vai à minha frente a olhar para mim, ao alcance da mão.
Pois logo ali onde ela está, onde ela toca a terra está a cidade no vale rodeada de serras como um dia o poeta escreveu. A cidade onde nasci. O meu lar, a minha segurança.

Duas Amigas

12 de Janeiro de 2012, pelas 13.30horas duas amiguinhas minhas fizeram este poema:

Celeste dos Santos
lê tanto e tão depressa
que quando estamos
com ela nem conversa

É amiga e alegre
Sabe ajudar
se todos fossem como ela
Saberiam amar

Pode ser refilona
de vez enquando mas quando é para
ajudar nada a pode parar

Dias com dores
Eu e ela com pena
pensando em dar-lhe
uma visita ao cinema

Gostamos muito de si
por isso fica aqui
com muito carinho
e com amor! este poema.

Gosto muito de vocês minhas amigas: A.R. e M.V. 8º C
Escola Básca José Régio -

Meu Alentejo de Manhã


São 7,27h de um 9 de Janeiro de um ano 2012, o dia está a nascer, lusco-fusco. O céu está cinzento, ainda não se vê o sol a nascer nas minhas costas. Mas a lua na minha frente está grande e pálida, amarela. Parece perto da terra. Se correr por estes campos lá ao fundo consigo de certeza tocar-lhe. Está ali, detrás daquela azinheira.
A paisagem alentejana hoje não parece desolada. Não parece triste. Solitária. Talvez porque eu também não me sinta assim. Além disso de manhã a paisagem é sempre assim, com um toque de beleza. Até é bonita. Um caminho aqui, uma casa caiada ali. Azinheiras, sobreiros. Um tanque no meio do nada. Montes de feno para o gado que ainda dorme. Um monte em ruínas. O abandono, a fuga. A solidão. Pedras, sobreiros, azinheiras, neste meu Alentejo.
Nesta planície, um charco e lá ao fundo ao alcance da minha pequena mão a lua maior do que uma bola de futebol muito pálida, como se estivesse doente, desaparece detrás do monte à minha frente.
Detrás de mim o sol tenta romper, tenta aparecer, tenta dar luz a esta manhã. Para aquecer este dia que começou gelado e frio.
O termómetro tem vindo a marcar temperaturas entre 1º grau e 3º graus. Não vejo mais a lua. Ficou para trás ou escondeu-se indo iluminar outra paisagem agreste ou mais bonita.
Uma aldeia, as luzes ainda acesas, mas não se vê vivalma. Parecem aldeias adormecidas, como se os habitantes tivessem desaparecido durante o sono. Não fossem os carros com quem nos cruzamos na estrada (auto) e eu pensaria que estava sozinha no meu Alentejo enorme e solitário.
Já vejo vida. Uma manada de vacas que de mansinho se acerca do pasto. Afinal não estou sozinha. Há vida no meu Alentejo. Mais outra. As pessoas ainda se escondem no calor dos seus lares. Limpando as chaminés onde o lume foi morrendo durante a noite. Preparando as merendas para partirem para o campo. Para o seu dia a dia. Para o seu trabalho.