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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Lembranças

Lembras-te das palavras que dizeste?
Dos conselhos que destes?
Eu lembro…
Não falavas, sorrias.
Não gritavas, davas gargalhadas que ecoavam pela casa.
As surpresas que fazias
Os mimos que nos davas
Lembras-te?
Das noites de natal em que nos fazias sofrer com as horas?
Eu lembro…
Vou sempre lembrar
Vejo-te ainda  tal como te vi  naquele dia há muito, muito tempo.
Vejo-te ainda tal como te vi no último dia.
Vejo-te e sei que foste sempre o mesmo,
Desde o primeiro dia da minha vida até ao último dia da tua.
Não fugiste, não lutaste, não gritaste.
Só sorriste, segurando nas tuas mãos as mãos da tua companheira de uma vida.
Lembro-me  dos sorrisos e das gargalhadas…
Eu Lembro-me Pai.

5 de Julho de 2015
Celeste Santos Pinto

sexta-feira, 6 de março de 2015

As cores de Deus

Põe-se o sol lá bem ao fundo
Num vermelho incandescente.
Reflectido nas águas espelhadas do mar,
Torna este verde intenso.
Tão intenso que nos impede de ver as suas profundezas,
Escondendo tesouros e mistérios.

A areia castanha brilha na praia
Sob os raios de sol,
Adquirindo a cor do ouro

O céu ainda mostra um pouco do seu azul celeste
Vai ficando escuro.
Não se vê mais o sol vermelho.
As águas ficam pretas
Como se escondessem os nossos medos e pesadelos.


Amanhã o sol nascerá novamente
E novamente o dia adquire as cores
Que se confundem com os cheiros,
Do mercado por onde passo.

Os verdes, vermelhos, amarelos,
Os brancos e castanhos misturam-se
nas bancas dos vendedores 
que trazem do campo a alegria e a vida que ai existe.
Vejo as gentes passando,
Em passo acelerado
Com os olhos postos no chão
Das ruas sujas da madrugada agitada.

E olho o mar.
Hoje, azul transparente.
Deixa ver os peixes cor da prata.

Pinga
Uma chuva pequenina.

Corro, recolho-me naquele canto.
E quando levanto os olhos para o céu,
Vejo o sol brilhar por entre as gotas da chuva.
Lá longe o Arco-Iris liga a terra ao céu.

Fico perdida.
Olho aquela paleta de cores
Que só Deus sabe fazer.
E ajoelho-me perante a imensidão
Da beleza que se estende na minha frente.

E agradeço as cores de Deus.

Celeste Santos Pinto