Saí à rua
Para encontrar a Primavera.
Vi o Céu, sem nuvens, azulado
Que Reflecte na terra os raios de sol
Propagando frescura e alegria.
As flores do jardim, ainda suportam o orvalho que caiu durante a noite
E se vai evaporando ao longo da manhã com o calor do sol.
Saí à rua
Para encontrar a Primavera.
Encontrei o meu Pai
Numa rua da cidade,
Alegre, contente. Rindo…
Riso simples e singelo
Que a todos conquista
Sorris para mim,
Apaixonado, orgulhoso,
Elegante, charmoso,
Cativante e feliz.
És tu a minha força.
Saí à Rua
Para encontrar a Primavera.
Encontrei uma Mulher,
Filha, Mãe, Avó.
Andar vagaroso, mostras o peso do mundo em teus ombros
Sorris, sorriso meigo.
O sofrimento fica lá no fundo, bem escondido, dentro do teu ser
Sorris sempre, mesmo que a vida não te sorria
Sofres como Mãe,
Sofres como Filha,
Sofres como Avó.
E como Mulher que és, já não sofres,
Porque essa, já se apagou há muito,
Num dia de verão, que se transformou em inverno logo pela manhã,
Na hora em que o teu companheiro partiu para outro destino.
Mas mesmo assim sorris,
Sorris sempre,
Sorris para mim.
Saí à Rua
Tentando encontrar a Primavera.
Mas encontrei a Poesia
Nos bancos do jardim,
Nas vozes das crianças,
Nas cartas dos enamorados,
Na frase pintada numa casa em ruínas.
Saí à rua,
E sem procurar muito
Encontrei a Primavera…
Portalegre, 14 de março de 2014
Celeste Santos Pinto