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segunda-feira, 24 de março de 2014

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Saí à rua

Para encontrar a Primavera.

Vi o Céu, sem nuvens, azulado

Que Reflecte na terra os raios de sol

Propagando frescura e alegria.

As flores do jardim, ainda suportam o orvalho que caiu durante a noite

E se vai evaporando ao longo da manhã com o calor do sol.


Saí à rua

Para encontrar a Primavera.

Encontrei o meu Pai

Numa rua da cidade,

Alegre, contente. Rindo…

Riso simples e singelo

Que a todos conquista

Sorris para mim,

Apaixonado, orgulhoso,

Elegante, charmoso,

Cativante e feliz.

És tu a minha força.


Saí à Rua

Para encontrar a Primavera.

Encontrei uma Mulher,

Filha, Mãe, Avó.

Andar vagaroso, mostras o peso do mundo em teus ombros

Sorris, sorriso meigo.

O sofrimento fica lá no fundo, bem escondido, dentro do teu ser

Sorris sempre, mesmo que a vida não te sorria

Sofres como Mãe,

Sofres como Filha,

Sofres como Avó.

E como Mulher que és, já não sofres,

Porque essa, já se apagou há muito,

Num dia de verão, que se transformou em inverno logo pela manhã,

Na hora em que o teu companheiro partiu para outro destino.

Mas mesmo assim sorris,

Sorris sempre,

Sorris para mim.


Saí à Rua

Tentando encontrar a Primavera.

Mas encontrei a Poesia

Nos bancos do jardim,

Nas vozes das crianças,

Nas cartas dos enamorados,

Na frase pintada numa casa em ruínas.


Saí à rua,

E sem procurar muito

Encontrei a Primavera…



Portalegre, 14 de março de 2014

Celeste Santos Pinto






Para todos aqueles que já partiram e eu quero um dia voltar a encontrar. Sei que estão todos juntos. Rindo, alguns discutindo, outros fazendo partidas. Outros zangados. Mas estão todos juntos à nossa espera. Até um dia...
Para ti que parti
ste hoje, leva saudades nossas ao meu pai, ao meu avô e ao pai das minhas filhas.... Todos eles gostavam de ti e tu também gostavas deles... Até um dia. Até um dia.
 


"Porquê Morte?"...

Porque a vida não é nossa?
Porquê?
Porque temos que morrer algum dia?
Porquê?
Porque construimos sonhos, realidades
Para num dado momento desmoronar-se tudo?
Nascemos, crescemos e morremos.
Será só isto a vida?
Não, de certo que não é.
Eu acredito em Ti, Senhor.
E se És como dizem, então a morte
Não pode ser assim tão terrível.
A morte terá que ser algo de belo.
Separação da alma do corpo.
O corpo, aquilo que nada vale para Ti,
Fica, apodrecendo na terra.
A alma, sobe, sobe, para junto de Ti, Senhor.
A Morte para mim é isto.
Para mim que acredito em Ti, Senhor.
Agora a Morte não é mais uma visão terrível.
Mas sim uma etapa na nossa vida.
Claro na nossa vida.
Porque afinal nós continuamos a viver,
Longe da terra, mas junto de Ti.
E Eu quero viver, viver sempre

Celeste Santos Pinto
25 de Agosto de 2013