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quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Portalegre


Aprendi a amar-te
No jardim da corredoura
Naquele banco vermelho
Naquela manhã com o sol brilhando
Pegaste na minha mão
Olhaste nos meus olhos
Caminhando pelo jardim
No lago, os cisnes olharam
Para nós e fingiram não nos ver
Deixando-nos amar.
Olhamos a Serra de São Mamede
Correndo até ao Miradouro
Com a nossa paixão
Lançamos ao vento sobre a cidade
Palavras quentes e amadas
Na Fonte dos Amores
Saciamos a nossa sede com beijos
Descansando logo ali.
Unimos nossas mãos
Na Capela de São Cristovão
Com os olhos na cidade que nos saudava
Fugimos pelo Jardim da Robinson
Atropelando os operários que ao som da sirene
Saem para o almoço, sem nos verem.
No Largo do Corro, paramos para ganhar folêgo e olhar
As pessoas que caminham sem verem a sua cidade
Descemos a rua
Passando pelos muros velhos da Muralha
Olho a Serra da Penha
Desafio-te
Olhas para mim
E alcançamos a Cruz num passo
E aí, num abraço infinito
Juramos Juras de amor eterno
Amor por ti, Portalegre.

Celeste Santos Pinto
Portalegre, 13 de Abril de 2019